terça-feira, 5 de fevereiro de 2013

Dois tempos (de uma paixão)





Que estrada trilham vocês?

Onde os está levando

Esta paixão?

O que será de vocês

Tão apaixonados


No dia de amanhã?



Não há um amanhã.

Há o hoje a ser vivido

Há o amor

A ser celebrado

Há uma necessidade enorme

do reencontro




E depois?

Vinda a separação

Como ficarão seus corações?




Não há separação

Haverá apenas uma distância

Facilmente vencida

Pela fantasia, sempre salvadora

Que permite o reencontro

A qualquer hora ou lugar.

Os corações se apaziguarão

Com a certeza de que o outro

Bate no mesmo ritmo.



·############################

Mas as suas vidas

Tão estranhas a esta paixão

Não acabarão por matar

A intensidade deste sentimento,

Não sucumbirá ele, diante

Da solidão?




Não há solidão

Assim como não há

Vidas estranhas a essa paixão

O que há

É um tempo do só

Que se faz dois

Ao voar nas asas da imaginação

 O que há

É um outro mundo

Que se não nos acolhe

Não lhe é permitido

Penetrar neste outro nosso




E então,

Não há argumentos

Contra a paixão?




Não, não há.

O que há é uma enorme paixão

Contra todos os argumentos



Abril de 1987

Nenhum comentário: