quinta-feira, 22 de novembro de 2007

Vida nova, Leonor


Adeus te dou

longe, daqui onde estou.

e vejo São Pedro

te dizendo bonachão,

como à Irene:

-Entra, Leonor

pede licença não...


E entrarás.

serás então a menina

que um dia desposou

meu avô.

Ficará fora

a encarquilhada moldura

que te deforma.


- Entra, Leonor.

Tome assento

ao lado direito

do Criador.


E tu, Nora

sofrida e maltratada,

pela vida já tão antiga

serás então...fada!


Nora-Mãe-Avó-Bisavó

de todos nós,

e de alguns que já se foram...

- Entra, Leonor, tome assento!

Aqui também não estarás só...


Poema escrito para minha avó, Leonor, por ocasião de sua passagem, em setembro de 1984.

A foto é de minha mãe, com seus netos, bisnetos de Nora...alguns ainda nem nascidos quando ela se foi.

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