segunda-feira, 19 de novembro de 2007

Zona Franca



Caboclo tem fome.

He´s hangry.

Cadê peixe-boi

pra comer com farinha?

Virou cowfish

na Terra Madrinha.


Caboclo tem sede.

Cadê a caninha

pra refrescar a goela?

Virou tabloid sugar

na Venezuela.


E agora, caboclo?

O jeito é speak english

pra sobreviver

pra poder comer

pra poder beber.


Caboclo tem som

Made in Japão.

Caboclo tem TV

com cores que não se vê

na casa de pau

no bucho vazio

no pé na lama

do Rio Negro.


Caboclo tem febre.

Caboclo tem sede.

Caboclo tem fome.


E agora?He hasn't home.



Esse poema nasceu em Manaus, no campus avançado, cercado de mata, esquilos, insetos todos...Nasceu de uma discussão sobre os contrastes de Manaus, que meus olhos cariocas viam...É um dos meus textos prediletos.....

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